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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rock é Rock Mesmo


Nos anos 80, um outro loiro e cabeludo fazia sucesso entre as “gatas” da época pela sua beleza física e talento, e entre os rapazes mais pela pulsação que outra coisa qualquer, seu nome Robert Plant. Entre um biquinho e outro, a voz roqueira inata de Plant fundia-se com os solos desconcertantes de Jimmiy Page para nosso deleite auditivo. Sem grana, aquele bando de “duros”, filhos de um tempo sem internet, tinha que se contentar apenas com as fotos de capa e os encartes dos bolachões. Até que em 1976 o Led Zeppelin lançou o filme The Song Remains the Same para o deleite de seus fãs aqui do terceiro mundo que, finalmente, poderiam ver a banda em ação. Com o nome de Rock é Rock Mesmo, o filme, aqui no Brasil, lotou os cinemas. Lembro do dia em que me juntei em frente do Cecontur (o melhor cinema da época em Florianópolis) a um bando de cabeludos, todos entalados em suas calças “caninho” e abrigados em jaquetas de couro (artigo raro mas muito apreciado) em meio a um fumacê só. Sim, podia-se fumar, na fila, no cinema e ninguém se preocupava com os pulmões alheios, menos ainda com o nariz dos outros. Plant, Page, Bonham e John Paul Jones, arrasaram num concerto no Madison Square Garden e mandaram aquelas imagens pro mundo do rock e que depois haveriam de se fixar para sempre nas nossas memórias. Lembro que Page mal conseguia abrir os olhos de tão chapado e de Plant ter piscado para ele quando atravessou um solo de guitarra. Stairway to Heaven virou hino e tocava exaustivamente nas festinhas particulares e nas rádios. Era o auge da festa, aquele momento de abraçar a gata e cochichar no pé do ouvido que o rock era rock mesmo, sem vomitar.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A briga das baladas

Os pais de Rod Stewart nasceram na Escócia, la pelos lados do Nazareth (a banda), mas ele era britânico. Sua música "Sailling" tocava mais ou menos 8 vezes por dia, nos anos 80, em todas as rádios aqui no Brasil e não deixava ninguém sentado nos clubes, nos bailes, na rua, na fazenda. Nas festinhas improvisadas, em casas vazias para alugar, em quadras de futebol e até em salas de aula (quem não lembra das festas da Engenharia que ocorriam na Universidade Federal de Santa Catarina a UFSC?), o "mela cueca"  do britânico retumbava por todos os cantos na voz rouca e áspera do loiro narigudo e lindo (para as gatas), enquanto os rapazes se aproveitavam para "malhar" numa dança de corpo colado com finais imprevisíveis. Se "Sailling" atacava de um lado, de outro a balada "Love Hurts" do Nazareth não nos deixava em paz. A briga era de cachorro grande e de muita competência musical. Eu estou navegando, dizia Rod, enquanto Dan McCafferty lidava com as dores do amor (a dor de cotovelo que ninguém queria para si) e que levavam algumas "minas" às lágrimas e aumentavam a testosterona nos rapazes. Dançar para que? Comentávamos nas rodas de fumaça. O negócio era ficar paradinho, do tipo, estátua, cheirando um almíscar selvagem no "cangote" e sonhando com um final feliz.   

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012


Da série 
Do Rock ao Dance - Capitulo 1
Quando a voz de Dan MacCafferty ecoava no alto falante daquele aparelho SEMP, um 2 em 1 com Rádio (AM) e Toca-disco, o coração batia mais forte. A plateia não era baixa nem alta, era doida, cambaleante, como o ar esfumaçante com cheiro de perfume patchouli. Num tom café, o odor misturado a fumaça dos "caretas", enganava as "gatas" e confundia os "meganhas". Afinal, o Nazareth uma banda escocesa de rock, não tinha apenas a fama de mal, tinha uma lenda a construir e um bando de seguidores que não conheciam o Twitter. Falava-se tudo na cara e com cheiro de alcool, não ia-se a Cuba, bebia-se cuba. Apesar do SEMP ter sido comprado em 24 prestações, tinha-se vergonha na cara e calças muito justas sobre um bamba que mais tarde virou All Star da Converse.  Os solos de Manny Scharlton sabia-se de cor e salteado, enquanto as camisetas estampavam capas ontológicas. O faisão verde de Loud 'N' Proud era a preferida da turma que não apagava antes de ouvir a Ballad of Hollis Brown, música que Dylan cunhou a ferro e fogo com 9:11 minutos de duração. Não dormia-se com um barulho desses.......